Resenha: O Feiticeiro de Terramar

Oi, gente! Hoje vou falar sobre o último recebido da Editora Arqueiro: O Feiticeiro de Terramar, da autora Ursula K. Le Guin.

Sinopse

Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda.
Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Publicado originalmente em 1968, O feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

A história

O livro começa mostrando o primeiro contato do protagonista, na época chamado de Duny, com a magia. Sua tia é uma feiticeira - nada notável, apenas uma mulher que conhece encantamentos básicos -, e quando percebe que há magia em seu sobrinho, começa a ensiná-lo. Ela descobre que ele tem um potencial muito, muito grande.

"- Fale! - gritou ela para testar o feitiço.
 O garoto não conseguiu falar, mas deu uma gargalhada.
 Então sua tia sentiu um pouco de medo da força do garoto, pois este era o feitiço mais poderoso que era capaz de fazer: ela tentara não apenas controlar sua fala e seu silêncio, mas ao mesmo tempo atá-lo a seu serviço na arte da feitiçaria. Ainda assim, mesmo sob efeito do feitiço, ele soltara uma risada."

Duny cresce e é convidado a ser aprendiz de Ogion, o mago de sua aldeia. É esse mago quem dá seu verdadeiro nome: Ged.

Embora Ged ame seu mestre, ele acha que não está aprendendo a ser um verdadeiro mago. Por isso, resolve abandoná-lo e vai estudar em Roke, uma ilha que ensina a magia mais elevada.

Lá, Ged se apresenta como Gavião, e destaca-se por sua capacidade. Mas seu ego e arrogância provocam algo muito desagradável, que pode se tornar sua ruína.

"(...) Sabia que seu poder, nessa noite, nesse solo escuro e encantado, era maior do que já fora, preenchendo-o até ele tremer com a sensação de uma força contida a duras penas. Agora ele sabia que Jaspe estava muito abaixo dele e lhe fora enviado, talvez, apenas para levá-lo àquele lugar, naquela noite; não era seu rival, mas um mero servo do destino de Ged. Sob seus pés, ele sentiu as raízes da montanha descendo cada vez mais no escuro; acima de sua cabeça, ele viu os fogos secos e distantes das estrelas - entre eles, tudo o que havia estava sob suas ordens, sob seu comando. Ele estava no centro do mundo."

Informações técnicas

Não tem nem o que falar dessa capa. Linda! As cores combinam perfeitamente entre si, além de retratar muito bem uma cena do livro.

 

Como vocês já estão cansados de saber, eu amo mapas em livros. E dessa vez, além do mapa no próprio livro, recebi um pôster com ele! Coisa mais linda! ❤

O interior é simples: as letras são relativamente grandes, as páginas são amareladas e bem grossas.

Dividido em 10 capítulos mais o posfácio, O Feiticeiro de Terramar possui 175 páginas.

Minha opinião

Confesso que o início do livro não me prendeu muito. No entanto, a partir do quarto capítulo, quando Ged libera uma força maior que ele (o último quote que coloquei lá em cima), fui ficando curiosa e li muito rápido.

Ursula construiu seu protagonista muito bem, e o mais incrível é que ele não é o herói típico que vemos por aí. Ged tem uma personalidade muito difícil, é arrogante e vive de mau humor. 

Outro ponto único em O Feiticeiro de Terramar é que não há um inimigo específico, o vilão. Também não há guerra. E segundo palavras da própria autora, no posfácio, ela queria que esse fosse o diferencial do seu livro. Uma fantasia que não precisasse de batalhas e guerras:

"Minha história foi em outra direção, que lhe é própria, afastando-se da tradição também no sentido do que constitui heróis e vilões. As histórias de heróis e fantasias tradicionalmente colocam o herói justo num combate contra inimigos injustos, que ele (normalmente) vence. Essa convenção foi e ainda é tão dominante que foi considerada natural - "obviamente" uma fantasia conta a história de caras bonzinhos enfrentando os malvados, a Guerra do Bem Contra o Mal.
 Mas não há guerras em Terramar. (...) Não pensei (e não penso) dessa maneira. Minha mente não funciona assim."

Gente, eu achei isso muito original! Realmente, é raríssimo encontrarmos uma história sem heróis e vilões. Principalmente porque, mesmo sem eles, a autora conseguiu explorar temas como poder, amizade e é claro, magia.

Porém, não dei as cinco estrelas porque acho que faltou alguma coisa. Penso que, apesar de não existir um vilão específico, a luta final de Ged com "seu inimigo" foi meio fraca e até óbvia - eu havia deduzido bem antes.

Enfim, apesar de não ter recebido a nota máxima, eu recomendo muito pra quem curte fantasia. E como falei ali em cima, é uma fantasia realmente original, eu nunca li nada parecido.

O que acharam do livro? Tiveram interesse em lê-lo? Me contem!

O Feiticeiro de Terramar está disponível por 18,70 na Saraiva! Compre clicando aqui.

Beijos!