22 de maio de 2017

Resenha: Brasyl

Brasyl - Ian McDonald

Oi, gente! Hoje eu trago a resenha da ficção científica escrita pelo Ian McDonald, chamada Brasyl. Foi o penúltimo recebido da Editora Arqueiro, embora tenha sido publicado pela Saída de Emergência.

Sinopse

Três personagens. Três histórias. Três brasis. Ligados através do tempo, do espaço e da realidade.
Marcelina é uma produtora de TV que sai pelas ruas do Rio em busca do sucesso que lhe trará a fama. Quando uma ideia para um programa a faz rastrear o mais infame goleiro do futebol brasileiro, ela se envolve em uma antiga conspiração que ameaça não só a sua vida, mas também a sua alma.

Edson é um empresário de celebridades tentando sair das favelas de São Paulo em um futuro não muito distante. Um encontro inesperado o faz cair no mundo perigoso da computação quântica. Agora, sem ter para onde fugir em um Brasil em que cada rosto e centavo são rastreados, ele precisa salvar a própria pele.

Padre Luis Quinn é um missionário jesuíta que vasculha as profundezas da Floresta Amazônica do século XVIII em busca de um padre renegado que tenta estabelecer um império. Mas o que ele encontra ali põe em xeque a sua fé e a própria realidade.
Como a sinopse já apresentou, os protagonistas do livro são Marcelina, Edson e o padre Luis Quinn. Eles vivem em 2006, 2032 e 1732, respectivamente. A vida de Marcelina é a mais próxima da nossa, com as tecnologias que já conhecemos e tal. O mundo de Edson é diferente: a Física Quântica foi aprofundada e, com isso, somos apresentados a uma realidade inovadora. Bom, 1732 vocês já devem imaginar.

Brasyl - Ian McDonald

O universo quântico engole Marcelina por acaso: ela está em busca de um ex-jogador de futebol da seleção brasileira para seu novo programa de TV, mas acaba se envolvendo em assuntos muito mais complexos que a realidade.

Coisas cada vez mais estranhas começam a acontecer com Edson após conhecer uma jovem que trabalha com a computação quântica, e não há saída a não ser mergulhar de fato em suas descobertas.
" - O que é aquilo? - ele abaixa a testa até encostar no vidro frio.
  -  Realidade - diz Fia. - Pontos quânticos em superposição. A luz é o resultado de fótons em flutuação no vácuo, vazando de alguns dos estados paralelos nos quais a computação está sendo feita."
Luis Quinn é encarregado de procurar um padre "perdido" pela Floresta Amazônica. Ele também constata que realidade talvez não deva ser usada no singular, se é que vocês me entendem.

Com narrações em três épocas diferentes, seremos apresentados a realidades paralelas e muita, mas muita Física. Os personagens se conectam apenas no final do livro, de uma forma sutil, mas essencial para o entendimento da trama. Pontinho positivo aí!

Apesar desse ponto que gostei, Brasyl tinha tudo pra ser bom, mas não foi. De verdade, ao ler a sinopse e algumas críticas imaginamos "n" coisas, e nenhuma delas é tão complexa quanto a história. Só que essa é a parte boa. Para mim o problema foi a construção da trama e dos personagens - desculpa, Ian McDonald, mas sua escrita não me agradou. Não consegui mergulhar nos cenários nem nada. Simplesmente lia, sabem? Sem contar as pessoas que surgiam do nada e eu ficava perdida. Não havia apresentação pra elas.

Para começar, quando uma história vai ser escrita em três épocas diferentes e trata de um tema absurdamente complexo (Física Quântica, minha gente!), o ideal é que a escrita seja o mais clara possível. Entretanto, o autor pecou ao exagerar nas descrições de cenas secundárias. Outra coisa que me incomodou bastante foram aqueles "efeitos" causados pela falta de pontuação, repetições e tal. Eu até acho interessante em alguns momentos, mas para mim, isso aconteceu demais

  Brasyl - Ian McDonald
Bem, o autor não é brasileiro, mas as informações contidas na trama se encaixam bem, especialmente na questão dos jesuítas, escravos e índios - ele deve ter pesquisado bastante para escrever! Só que, ao meu ver, ele manteve os estereótipos que os estrangeiros tem da gente - inclusive achei certas falas e descrições vulgares e desnecessárias.
"Você me preparou um teste e eu venci, pensou Luis Quinn. O Brasil só respeita o poder, mas o Poder não é nada sem controle."
Posso dizer que a história se tornou interessante depois de umas 230 páginas, e ainda assim a escrita maçante me atrapalhou na leitura. Eu fico bem mal quando percebo que a história tinha potencial pra ser incrível, mas detalhes a impedem disso. Acho que deve haver muito preparo e muita revisão quando se vai escrever sobre assuntos abstratos como a Física Quântica. Apesar disso, alguns momentos são bem interessantes pra gente refletir:
"Um dos fascínios do Amazonas, para um linguista como eu, suspeito, não para a sociedade em geral, é sua riqueza de idiomas. Compreendo que existem índios entre os tributários mais distantes que não têm palavra para a cor azul ou para nenhuma relação que não seja de filho ou de filha, nem para passado e presente. (...) Se eles não podem dizer azul, será que podem ver a cor azul?"

Brasyl - Ian McDonald

Sobre a edição, gosto bastante: tons quentes e elementos "futurísticos" na capa, contrastando com o preto e branco e apenas florestas na contracapa. No interior a fonte e o tamanho mudam de acordo com a narração. A do padre nos remete ao passado - até as páginas são manchadas e com um aspecto antigo. Para mim elas combinaram bastante com a época que representam.

Brasyl - Ian McDonald

Enfim, eu gosto de ser bem sincera com vocês, então se o livro não me agradou, é isso que vou escrever. No entanto, isso não deve impedir ninguém de ler - afinal, a melhor coisa é tirar as próprias conclusões, né? Se alguém já leu Brasyl me conta aí embaixo o que achou! *-*

Beijos! 😗😗😗

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Tema Base por Butlariz . Edições feitas por Mariana Fialho. Tutoriais utilizados dos blogs ButLariz, Cherry Bomb, Elaine Gaspareto e Follow Your Dreams